terça-feira, 11 de abril de 2017





Para a RITA BLANCO 

Já passaram cinco anos desde que iniciei este blogue!...
Foi provocado com um presente que recebi da Rita Blanco, como aqui recordo!

O meu novo blogue!

A minha filha Rita acaba de me trazer este afectuoso presente da Rita Blanco!
O leque fez-me lembrar as minhas estadas nas Pedras Salgadas e resolvi iniciar um novo blogue para registar recordações octogenárias!
Rita Blanco! Um beijo de gratidão! Veja o que desencadeou!



 A  Rita mostrou desejo de ter o livro de meu Avô Bernardino Machado - "As Crenças - Notas dum Pai".
Tenho uma enorme alegria em lhe entregar este exemplar, que retirei das minhas estantes, e que pertenceu ao Professor João Viegas Paula Nogueira.
 Uma oferta com beijos de gratidão para a Rita Blanco e sua linda menina Alice.






JOÃO VIEGAS PAULA NOGUEIRA


"João Viegas de Paula Nogueira nasceu em Olhão, a 10 de Junho de 1859, filho de João Viegas Nogueira e Joaquina Paula Nogueira. Frequentou o Instituto de Agronomia e Veterinária de Lisboa. Foi Agrónomo, Médico-veterinário, Fiscal sanitário da Câmara Municipal de Lisboa, Inspector sanitário do Mercado Geral de Gados, Professor e Director do Laboratório de Bacteriologia na Escola Superior de Medicina Veterinária, membro do Conselho Superior Técnico da Agricultura, Senador pelo Minho nas listas do Partido Nacional Republicano. Na sua primeira intervenção, mostrou os seus conhecimentos científicos, com a vastidão dos seus pontos de vista em matéria de fabrico, higiene, qualidade do pão e suas consequências na população pobre.

Foi o Prof. Paula Nogueira, juntamente com Antunes Pinto Inácio Ribeiro que ensaiaram pela primeira em 1891, a tuberculina em Portugal.

O Professor João Viegas Paula Nogueira colaborou em várias publicações agronómicas, como Portugal Agrícola, foi Director da Revista de Medicina Veterinária, e deu à estampa Micróbios e vacinas: esboço (1886); Ensaio de Bacteriologia pratica aplicada ás doenças do homem e dos animais (1893); As Ilhas de S. Miguel e Terceira (1894); O novo tratamento da difteria e o Instituto Bacteriológico de Lisboa (1895); A tuberculose pecuária e a higiene pública (1896); «Les animaux agricoles», in Cincinnato da Costa (dir. de), Le Portugal au Point de Vue Agricole, Lisboa, 1900, 445-483; «O Arquipélago dos Açores», in Notas sobre Portugal, vol. n, Lisboa, IN, 1908, p. 419 e ss, Aproveitamento dos salgados do Algarve pela exploração do gado lanígero (1915); Doenças externas não contagiosas dos animais domésticos (1917); Doenças internas não contagiosas dos animais domésticos (1917); Doenças contagiosas e parasitárias dos animais domésticos (1918); Gados , colecção «Exposição Portuguesa em Sevilha», Lisboa, 1929 e Bois, vacas e vitelas (1930).

Foi o representante do Governo Português em vários congressos internacionais de Medicina Veterinária (por exemplo em Berna, Banden-Baden, Paris e Londres), participou ainda no Congresso Internacional de Patologia Comparada de Paris.

Colaborou de forma intensiva na secção A Nossa Correspondência, na revista Gazeta das Aldeias, em resposta a questões colocadas pelos leitores sobre problemas agrícolas e de pecuária.

Como professor, dedicou-se especialmente a trabalhos bacteriológicos, soros e
manuel vacinas para o gado.

Realizou uma conferência, em Lisboa, na Real Associação Central da Agricultura Portuguesa, em Abril de 1895, intitulada:
- “Extensão da tuberculose pecuária em Portugal. Perigos de contágio para o homem pelo uso do leite e da carne”;
- A Festa Escolar da Árvore. Conferência proferida em Setúbal em 22 de Dezembro de 1907, Lisboa,1908.

Na vida política foi figura de referência do Partido Republicano logo desde a década de 80 do século XIX. Depois da implanatação da República vamos encontrá-lo em 1920 como um dos principais elementos da direção do Frente Nacional Republicana, liderado por Machado Santos [Ernesto Castro Leal, Partidos e programas: o campo partidário republicano português 1910-1926, Imprensa da Universidade, Coimbra, p. 90]

Recebe em finais de Maio/inícios de Junho de 1907 a comenda da ordem de Santiago, “pelo seu mérito científico, publicações e relevantes serviços prestados para a resolução económica do abastecimento de carnes à cidade de Lisboa” [Gazeta das Aldeias, Lisboa, 09-06-1907, vol. XXIII, Ano XII, nº 597, p. 274].

Foi alvo de uma homenagem pela Câmara Municipal de Olhão em Junho de 1933, onde foi também dado o seu nome a uma das ruas da cidade [“Uma Homenagem – Dr. Paula Nogueira”, Correio Olhanense, 25-06-1933, Ano XII, nº 404, p. 1, col. 1.]

Foi ainda presidente da Direcção da Casa do Algarve em Lisboa em 1931."

Faleceu em Lisboa, a 16 de Dezembro de 1944.


Nota biográfica retirada do "Almanaque Republicano"



2 comentários: